FAVELA: TERRITÓRIO DE LUTA
Quando as políticas públicas privilegiam uma certa minoria, a maioria precisa se organizar de forma autônoma para ser ouvida. A Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, estabelece o direito da participação política direta da população. Diante de todas as questões que discutimos durante a exposição, veremos agora as formas que os moradores de Manguinhos encontraram para se organizar em associações de luta.
"O que unia todas as comunidades era a quadra de escola de samba. A escola era boa, tinha festividades, compositores, samba de quadra, tinha alas. Surgiu da fusão de três blocos carnavalescos que tinham na Coreia. Havia união, todo Amorim frequentava Manguinhos, toda João Goulart. Eram poucas pessoas que desfilavam, mas engraçado é que toda a comunidade ia para assistir, e o bloco do ‘já ganhou’ era maior do que os componentes, ali havia noção de pertencimento." Darcília Alves, Moradora de Manguinhos (+++)
Essa exposição é fruto do Caminho da Paz com
Garantia de Direitos, uma passeata na qual mais de cinco mil pessoas tomaram a Rua Leopoldo Bulhões. Outros marcos importantes na luta por direitos em Manguinhos são a Igreja São Daniel e a Escola de Samba Unidos de Manguinhos, inaugurada em 1964 para ser um espaço de cultura, lazer, reunião de moradores e que já serviu até de abrigo em momentos de enchentes e incêndios. Na Igreja e na Escola de Samba ocorriam as reuniões da Comissão de Lutas, formada nos anos 80 por moradores mobilizados para discutir sobre as necessidades da comunidade, como saneamento, implantação de creche comunitárias e outras melhorias.